Não é de hoje que aprendemos que as células do sistema imune são responsáveis pelo controle da homeostase ou manutenção do equilíbrio das células, impedindo que organismos invasores ou mesmo células do próprio corpo desregulem esse balanço. E não é novidade para ninguém que estas células precisam de energia para sobreviver, se multiplicar ou mesmo ficar ali, no tecido, esperando. Recentemente pesquisadores interessados em bioquímica e imunologia decidiram se juntar, criando uma nova área, chamada imunometabolismo, interessada em estudar o metabolismo das células imunes. E quando falamos de metabolismo, a primeira imagem que deve aparecer na sua cabeça é uma mitocôndria, organela responsável pela produção da maior parte da energia (ATP) das nossas células. Pesquisadores da USP e UNICAMP fizeram uma revisão da importância das mitocôndrias para o metabolismo das células imunes, mostrado que essa organela faz muito mais do que se esperava. Mitocôndrias produzem moléculas sinalizadoras essenciais para o tipo de resposta imune que será gerada, além de serem capazes de se dividir ou se juntar com outras mitocôndrias (fusão) dependendo da necessidade energética da célula. A compreensão desses fenômenos mostra-se entusiasmante, nos quais uma organela antes imaginada como estática, passa a ser vista como dinâmica e essencial para diferentes respostas imunes (inflamatória, cicatrizante, microbicida, ou autoimune), além de peça chave para a compreensão e tratamento de doenças.
Tweet-science: Gustavo Gastão Davanzo
Artigo original: Revista Redox Biology (Set/2019) # Mitochondria as central hub of the immune system. Autores: C.N.S Breda e colaboradores.
(Editoração: Fernando Mecca, Gabriel Ferreira, André Pessoni e Caio Oliveira)