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O acolhimento diante da perda neonatal e gestacional

#Outras ilhas (Sugestões de outras fontes de conhecimento)
O acolhimento dos profissionais de saúde às famílias que vivenciam a perda neonatal ou gestacional

Sobre
Categoria: E-book
Título: Como o profissional de saúde pode acolher a mãe e a família diante da morte de seu bebê?

Autor/criador: Patrícia Santos Prudêncio
Ano de publicação/criação: 2021
Editora: Independente
Páginas: 30

Em 2019, foram registrados no mundo aproximadamente 2,5 milhões de óbitos fetais. No Brasil, neste mesmo ano, foram registrados 29 mil casos de óbitos fetais. Tal panorama permite afirmar como é relevante a ocorrência de tais óbitos, o que permite caracterizar essa situação como um grave problema de saúde pública.

Diante do óbito do bebê, o cuidado ofertado à mulher pelo profissional de saúde deve ser fundamentado no respeito, na empatia e na dignidade, no intuito de proporcionar uma assistência adequada, humanizada e que preze pela integralidade do da puérpera e do bebê. O profissional de saúde deve ter a percepção que a experiência da perda gestacional é complexa e desencadeia impactos psíquicos na mulher, uma vez que passará pelo processo de elaboração do luto de seu bebê e da própria maternidade.

Além da mulher, evidências científicas comprovam que o sofrimento do luto também afeta outros membros da família, pois todos constroem expectativas para a chegada do bebê no contexto familiar. Por isso, falar de acolhimento não é algo simples quando se trata do óbito de um filho, seja uma perda gestacional ou após o nascimento. A morte de um filho pode provocar um grande impacto na vida dos pais, seja no âmbito pessoal, conjugal, familiar ou social. Diante disso, é fundamental que os profissionais de saúde sejam capacitados para acolher essas famílias, no intuito de gerar conforto e acolhimento diante dessas situações.

Profissionais de saúde necessitam implementar boas práticas de acolhimento direcionado às famílias enlutadas e, para isso, devem buscar capacitação profissional quanto a esse tipo de assistência. 

Em relação às diversas boas práticas de acolhimento direcionadas as perdas neonatais e gestacionais, pode-se citar algumas delas:  

  • Oferecer um atendimento religioso conforme o desejo e necessidade da família;
  • Incentivar os pais que atribuam um nome para o bebê que partiu precocemente, explicando a eles a representação que tal ato pode gerar;
  • Ao se referir ao bebê, usar o nome que foi dado pela família;
  • Não permitir que as crenças pessoais/culturais possam interferir no processo de acolhimento à família diante do luto vivenciado;
  • Oportunizar aos pais o encontro com o bebê que partiu precocemente, sem retirar deles o direito de tocar, beijar e segurar o bebê. É importante que os pais se sintam à vontade para isso e tenham o direito preservado de permanecerem ao lado do bebê pelo tempo que desejarem; 
  • Não emitir comentários inapropriados, como: “Logo vocês terão outro filho”; “Deus quis assim”. “Melhor ter sido agora do que mais para frente”, etc. Comentários dessa natureza podem provocar muito sofrimento para os pais do bebê. Por isso, é importante que os profissionais de saúde e demais pessoas da sociedade compreendam que o amor dos pais pelos seus filhos não se mede em semanas gestacionais.  
Figura 1. Casal recebendo o diagnóstico do óbito do bebê durante uma consulta de pré-natal. Imagem: Freepik.

Essas são apenas algumas das boas práticas de acolhimento diante do óbito do bebê que devem ser seguidas pelos profissionais da saúde e ampliadas às pessoas da sociedade. 

Com a missão de despertar a sensibilização e contribuir com a conscientização e capacitação dos profissionais de saúde quanto às boas práticas de acolhimento às famílias que vivenciam a morte de seus bebês, foi construído um E-book gratuito para os profissionais de saúde, que aborda as ações e estratégias que os profissionais de saúde podem direcionar às mães e famílias que vivenciam a morte do bebê. 

O E-book tem o potencial de agregar conhecimento para os profissionais de saúde que atuam na assistência ao cuidado materno-infantil, em prol de uma assistência humanizada, segura e de qualidade.  

acolhimento
Figura 2. Imagens do E-book Gratuito “Como o profissional de saúde pode acolher a mãe e a família diante da morte de seu bebê?” (Prudêncio, P.S, 2021).

O material foi construído com uma linguagem acessível, abordando diversos aspectos importantes sobre o óbito neonatal e gestacional, contando com a participação especial de duas mães e profissionais, Perla Cristina Frangioti Machado e Natália Mundim Tôrres, que vivenciaram a partida precoce de suas filhas. Convém destacar que ambas realizam um trabalho diferenciado junto às famílias que vivenciaram as perdas neonatais e gestacionais por meio de Grupos de Acolhimento, e que são: o Grupo Transformação de Araraquara (SP) e o grupo da Casa Manacá de Uberlândia (MG).

Para acompanhar a publicação de novos materiais gratuitos sobre diversos temas da área da saúde da mulher, saúde da criança, saúde pública e enfermagem, acesse o site e as redes sociais da Profa. Patrícia Prudêncio (https://profadrapatriciaprudencio.com/)

 

Colaboração:

Patrícia Santos Prudêncio sobre a autora

Patrícia é enfermeira, professora e diretora da Empresa Prudêncio Cursos e Consultorias. Entre as áreas que mais lhe interessam estão a Saúde da Mulher, Saúde da Criança, Saúde Pública e Enfermagem. Suas motivações são contribuir com a capacitação profissional pelos serviços ofertados pela sua empresa.

 

Referência original:

E-book intitulado “Como o profissional de saúde pode acolher a mãe e a família diante da morte de seu bebê?”, publicado em 2021,  de autoria de Prudêncio, P.S. 1ª ed. Editora: Independente.

(Editoração: Fernando Mecca, Loren Pereira e Nathália Khaled)

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