#Especial 4 anos de Ilha do Conhecimento (Especiais temáticos repletos de informações científicas)
O começo de nossa jornada contada em um capítulo de livro
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Importância da divulgação científica no Brasil
Apesar de a maioria das pessoas não serem formadas ou atuarem com pesquisa, a ciência e a tecnologia fazem parte de seu cotidiano pessoal e de decisões das políticas públicas que as afetam. Não é à toa que a mais recente pesquisa sobre o interesse e a percepção pública da ciência no Brasil (realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, em 2019) evidenciou grande interesse do brasileiro no assunto. Ainda assim, a mesma pesquisa demonstrou que esse público apresenta dúvidas em relação às controvérsias científicas, como a segurança das vacinas, tema explicitado ainda mais durante a pandemia da Covid-19. Dessa forma, a criação de plataformas de acesso à informação científica de qualidade se faz importante e encontra um amplo público no Brasil.
A divulgação da ciência é de particular interesse para pesquisadores e cientistas, pois estes estão entre as categorias consideradas mais confiáveis entre os brasileiros (segundo a mesma pesquisa), de serem os maiores detentores dos meios e dos conhecimentos científicos, bem como seu interesse natural em uma população que defenda investimentos na produção científica nacional. Diante disso, a participação do pesquisador no desenvolvimento de conteúdo para a popularização da ciência é fundamental e esperada.
É dentro deste cenário que iniciativas de divulgação científica que disponibilizam fontes e espaços de conhecimento científico para o público interessado em ciência, e que incluam os pesquisadores no processo, são tão relevantes. Esse é o caso da Ilha do Conhecimento (IDC) , e por isso apresentamos um capítulo de livro sobre os seus dois anos iniciais. Nele, discutimos e relatamos a experiência e resultados obtidos nesse período. Trata-se do capítulo “Divulgação científica e popularização da ciência com colaboração de pesquisadores”, presente no livro “(Bio)Grafias: nós e entrenós na educação em Ciências e Biologia”, publicado em 2021.
Um aperitivo do capítulo
A IDC foi concebida no final de 2017 por seus co-fundadores, pós-graduandos da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, e lançada em maio de 2018, já com uma equipe completa, além de ser composta por website e perfis em diferentes redes sociais.
Com o slogan “o Universo é o que sabemos dele”, o projeto acredita que quanto mais conhecermos sobre o nosso mundo, melhor vamos compreendê-lo, interpretá-lo e identificar suas necessidades, nos tornando mais capacitados para atuar no que gostaríamos de transformar.
Entre os anos de 2018 e 2020, mais de 220 postagens de conteúdo original foram realizadas, as quais obtiveram mais de 60 mil visualizações apenas no website nesse mesmo período. Isso sem contar a visualização das postagens em redes sociais (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube), que juntas no período somam mais de 4000 seguidores. Essas publicações tiveram como autores mais de 110 colaboradores, isto é: pesquisadores de instituições públicas brasileiras, como graduandos em iniciação científica, pós-graduandos, pós – doutorandos e docentes universitários, além de não pesquisadores, como professores da rede básica de ensino, técnicos e especialistas.
Além disso, a IDC participou ou organizou mais de 15 eventos, uma média de um a cada dois meses! Como exemplo temos o Pint of Science, em 2019. Isso tudo contou com diversas parcerias estabelecidas pelo projeto: Centro de Terapia Celular (CEPID/FAPESP) e Instituto de Estudos Avançados da USP (polo de Ribeirão Preto), através da qual colabora com o projeto “União Pró-Vacina”; com o Labjor e Blogs de Ciências da Unicamp, Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano e Liga das Mulheres pelo Oceano, através da qual colabora com o projeto Década do Oceano; com as Editoras Blucher e Todavia, que nos fornecem livros para realização de sorteios; e com a Rede de Iniciativas pela Ciência da USP de Ribeirão Preto, dentre outras. Além disso, em 2018, o projeto foi contemplado pelo edital “Empreendedorismo Social 2019” da Pró – Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.
Hoje, quatro anos depois
A importância da ciência na sociedade contemporânea é inegável, e atender o interesse dos brasileiros como um todo, sem dúvida é uma questão de relevância para a manutenção da atividade científica e para o desenvolvimento do país. Portanto, a divulgação científica deve ser estimulada, se expandir e qualificar, e os pesquisadores e especialistas do meio têm um papel relevante nesse objetivo.
A Ilha do Conhecimento iniciou sua atuação em 2018, visando incentivar a participação de pesquisadores no processo da divulgação científica e contribuir para a popularização da ciência no Brasil. Hoje, após dois anos de publicação do capítulo apresentado, e em seu aniversário de quatro anos de atuação, seguimos acreditando no que fundamentou sua criação, no qual temos o período pandêmico que fortaleceu essa ideia, e mostrou mais claramente o grande desafio que a ciência e o pensamento racional têm no País. Apenas de maneira colaborativa conseguiremos avançar.
Colaboração:
Caio M. C. A. de Oliveira sobre o autor
Caio é co-fundador do projeto Ilha do Conhecimento. Curioso sobre o mundo, estudou biologia e fez mestrado em biologia comparada na Universidade de São Paulo (USP). Querendo sempre continuar estudando, passou a atuar nas áreas de educação e divulgação científicas em diferentes projetos. Atualmente Caio é professor de biologia e iniciação científica no ensino básico, e editor de conteúdo no Ilha do Conhecimento.
Referências bibliográficas:
Livro “Biografias: nós e entrenós na educação em Ciências e Biologia”, organizado por Santos, S. P, Ferreira, G. L., e Vigário, A. F., publicado pela Editora Culturatrix em 2021. Capítulo 16 – Divulgação científica e popularização da ciência com colaboração de pesquisadores: relato do projeto Ilha do Conhecimento. Autores: Caio Martins Cruz Alves de Oliveira e Bruna Lima Ferreira. Pg: 364-381. Disponível em: http://doi.editoracubo.com.br/10.4322/978-65-86889-07-9
(Editoração: Loren Pereira e Nathália Khaled)