Aparelhos eletrônicos e alguns itens decorativos, como piso de vinil e estofados tratados com substâncias anti-inflamáveis, apresentam uma grande concentração de compostos orgânicos semi-voláteis (COSV), substâncias que se transformam em partículas contaminantes no ar. Muitos desses compostos já foram relacionados a problemas de saúde adversos em crianças, entre eles TDAH, autismo, e até mesmo câncer, e por isso o contato prolongado com grande concentração dessas substâncias deve ser evitado. Levando esse risco em consideração, foi quantificada a contribuição de produtos específicos para a contaminação por COSV presentes na casa de 203 crianças. Pesquisadores envolvidos no estudo visitaram 190 famílias e coletaram amostras do ar domiciliar, da poeira, espuma dos estofados, além da coleta de sangue e urina de crianças com idades entre três e seis anos. A urina de crianças que vivem em casas com piso de vinil apresentou concentração de compostos tóxicos até 15 vezes maior do que crianças cujas casas não possuem esse tipo de decoração. Já crianças que viviam em domicílios com sofás tratados por produtos anti-chamas, exibiram concentrações seis vezes maior de um composto volátil presente na espuma dos estofados, quando comparadas às outras que não possuíam esse tipo de móvel em casa. O estudo sugere que o ambiente domiciliar apresenta uma influência impactante sobre a exposição de crianças a diversas classes de COSV, e incentiva o entendimento de como tais substâncias podem afetar o desenvolvimento do corpo até a fase adulta.
Tweet-science: Priscila S. Rothier
Artigo original: Encontro Anual da American Association for the Advancement of Science (Fev/2019) # Homes as Sources of Synthetic Chemcal Exposure. Autora: H. Stapleton.
(Editoração: Fernando Mecca, Gabriel Ferreira, André Pessoni e Caio Oliveira)