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Inclusão do tópico opcional “Licença-maternidade” no currículo da plataforma Lattes é uma grande conquista para as mães cientistas
DESTAQUES: – As mulheres são maioria entre os estudantes de pós-graduação; – Ainda assim, existem poucas garantias e direitos para as mães com carreiras científicas; – Como um passo para mudar isso, o CNPq incluiu um campo para acrescentar a licença-maternidade no Currículo Lattes. |
Vivemos em um mundo globalizado e conectado cada vez mais por meio de tecnologias: redes sociais, programas de TV, telejornais, websites, entre outros. O fluxo de novas informações é gigante e ficamos maravilhados e, ao mesmo tempo, até meio perdidos com tudo isso.
No ambiente acadêmico, em que se desenvolvem as pesquisas, não é diferente. Alunos de pós-graduação, docentes e cientistas já consagrados são extremamente cobrados pela produtividade de novas descobertas que sejam relevantes e aplicáveis à sociedade nas mais diversas áreas. Sabemos que as mulheres são maioria em muitos segmentos, inclusive no meio científico. Elas são acadêmicas, pós-graduandas e pesquisadoras que, em algum momento da sua vida, podem enfrentar ou já enfrentaram o impasse da conciliação entre o trabalho e a maternidade.
Tendo isso em vista, a inclusão do tópico opcional da “licença-maternidade” no currículo da plataforma Lattes, que é a principal base de dados sobre as carreiras dos cientistas brasileiros e operada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), era uma medida debatida há algum tempo, visando ser um respaldo àquela que estivesse ausente da pesquisa na fase inicial da maternidade, o que justificaria o perído de inatividade profissional, anteriormente assumido como “baixa produtividade”. Contudo, tal solicitação só teve a aprovação, de fato, muito recentemente, no dia 15 de abril de 2021.
Para ilustrar o quão representativo foi esse momento, o Ilha do Conhecimento conversou com uma mãe cientista, para que ela contasse um pouco da sua experiência:
“A licença maternidade é fundamental para garantir tranquilidade em uma fase muito especial na vida de uma mulher, principalmente para mães cientistas, que são um grupo de profissionais tão dedicadas, mas ainda com poucos direitos garantidos. Tive 120 dias de licença e recebi minha bolsa durante esse período, mas conheço pessoas que tiveram a bolsa suspensa. A inclusão da licença maternidade no Lattes é uma conquista importante, pois nos permite incluir esse período de pausa em nossa carreira” relata a Dra. Sarah Tanaka, pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical e Infectologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba – MG.
Acreditamos ser esse um pequeno passo, mas rumo a um grande avanço para que cada vez mais tenhamos a consolidação dos direitos das mulheres e das mães na carreira científica.
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Colaboração:
Loren Queli Pereira sobre a autora
Loren é biomédica, especialista em Hematologia e multiprofissional em Saúde, além de mestre em Ciências pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, em Uberaba-MG. Atualmente cursa doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical e Infectologia também pela UFTM, onde trabalha na linha de pesquisa “segurança transfusional”, pesquisando o diagnóstico de doenças infecto-parasitárias e assintomáticas, em especial a leishmaniose visceral, e medidas de controle da transmissão transfusional. Loren é aspirante a cientista, engajada com pesquisa e produção de conteúdo para divulgação científica.
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(Editoração: Beatriz Spinelli, Fernando Mecca, Loren Pereira e Eduardo Borges)