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Sobre Categoria: Artigo – Revista Eletrônica Frontiers for Young Minds Título original: What Is COVID-19? Ano de publicação: 2020 Link do artigo original: https://kids.frontiersin.org/articles/10.3389/frym.2020.00074 |
Resumo
COVID-19, a abreviação para “coronavirus disease 2019” (doença do novo coronavírus 2019, em inglês), é o nome de uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, uma abreviação para “severe acute respiratory syndrome coronavirus 2” (síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2, em inglês). O primeiro relato do aparecimento do vírus foi em Wuhan, China, em novembro de 2019 e, alguns meses depois, a doença se espalhou para o mundo todo, sendo classificada como uma pandemia. Essa infecção viral pode causar febre, tosse, cansaço, falta de ar e, em alguns casos, diarreia. A infecção, geralmente, causa sintomas leves em crianças e adolescentes, mas pode ser letal para os idosos. Esse vírus se espalha, facilmente, entre as pessoas, por isso é importante entender como prevenir que ele se propague. O modo mais efetivo de evitar a propagação do vírus é lavar as mãos regularmente com água e sabão, cobrir a boca quando tossir ou espirrar, evitar tocar o rosto, ter uma alimentação saudável e ficar em casa.
O QUE É A COVID-19?
COVID-19 é uma nova doença, causada por um tipo de vírus chamado, em inglês, de “severe acute respiratory syndrome coronavirus 2” (SARS-CoV-2), ou síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2. A doença já se espalhou por todo mundo e é conhecida como pandemia. Os coronavírus são uma família de vírus que causam problemas no sistema respiratório. Infecções passadas ocasionadas pelos coronavírus, SARS-CoV-1 (em 2002) e MERS-CoV (Síndrome respiratória do Oriente Médio, em 2012) infectou mais de 10.000 pessoas.
O primeiro relato do SARS-CoV-2 foi em novembro de 2019, em Wuhan, China[1], mas a exata origem do vírus ainda é pouco conhecida. Atualmente, não há tratamento específico ou vacinas para o SARS-CoV-2*. Quando alguém é contaminado pelo novo coronavírus , ela pode apresentar sintomas ou não (aqui a pessoa é chamada de assintomática). Se a pessoa apresenta sintomas, eles podem variar de leves a severos. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, cansaço, dor de garganta e falta de ar (Figura 1) [1]. Esses sintomas geralmente aparecem de 2 a 14 dias depois da pessoa ter sido infectada pelo vírus. É estimado que cada pessoa infectada pode transmitir o vírus para, aproximadamente, outras 2 pessoas. Então, nessa questão matemática, é estimado que o número de pessoas infectadas dobra a cada semana, desde o surto inicial.
QUEM TEM MAIS RISCO DE DESENVOLVER A FORMA GRAVE DA COVID-19?
Ainda não está claro o porquê algumas pessoas desenvolvem sintomas mais graves e precisam de tratamento intensivo, como no caso de ventilação mecânica para ajudar seus pulmões a funcionar corretamente. Já se sabe que pessoas com algumas condições pré-existentes, como Diabetes mellitus e Hipertensão arterial, assim como idosos (pessoas com mais de 60 anos) apresentam risco maior de desenvolver complicações severas e serem hospitalizadas. Enquanto crianças, adolescentes e jovens adultos não são imunes ao SARS-CoV-2, mas não desenvolvem sintomas graves com frequência. Pesquisas estão em andamento para identificar outros possíveis fatores que levam as pessoas a desenvolverem sintomas graves da COVID-19. Fatores como doenças respiratórias crônicas e câncer [2] podem estar relacionados também ao desenvolvimento de sintomas graves da doença. Também não está claro se há sequelas a longo prazo associadas à COVID-19.
COMO AS PESSOAS SE INFECTAM?
SARS-CoV-2 é um vírus respiratório, por isso se propaga principalmente e facilmente de pessoa para pessoa quando uma está infectada e espirra, tosse ou fala. Pequenas partículas de saliva podem ser expelidas pela pessoa infectada durante essas ações e, essas pequenas partículas de saliva, por sua vez, podem carregar o vírus direto para mucosas como os olhos, nariz ou boca de outra pessoa que esteja próximo.
Interessantemente, o vírus também pode ser encontrado em materiais como aço inoxidável ou plástico, mesmo muitos dias após o material ter sido contaminado [3]. Então, se você colocar suas mãos em uma superfície contaminada com SARS-CoV-2 e então tocar sua boca, olhos ou nariz, você possivelmente se infectará.
POR QUE O VÍRUS ATACA OS PULMÕES?
Mesmo que o SARS-CoV-2 possa entrar no corpo por diversas vias, ele só pode infectar células que possuem em sua superfície uma molécula, mais especificamente a Enzima Conversora da Angiotensina 2 (ACE-2). Essa molécula é chamada de receptor (receptor ACE2) e está presente em grandes quantidades nas células dos pulmões. Essa é a razão do SARS-CoV-2 atacar principalmente os pulmões e se reproduzir dentro das células pulmonares (figura 2). Quando o vírus entra nos pulmões, o sistema imune da pessoa infectada tenta eliminá-lo, gerando uma grande inflamação nos pulmões, a qual pode acabar danificando os tecidos dos pulmões, causando falta de ar.
COMO SABEMOS SE UMA PESSOA FOI INFECTADA?
Se uma pessoa estiver apresentando os sintomas comuns de COVID-19 por mais de alguns dias, o médico pode solicitar um teste para determinar se a pessoa foi infectada com SARS-CoV-2. Existem duas maneiras de saber se uma pessoa está infectada ou se foi infectada recentemente.
Um teste pode determinar se a pessoa doente atualmente tem SARS-CoV-2 em seu corpo. Para este teste, a equipe médica geralmente coleta uma amostra de fluido do nariz com um cotonete. Como a quantidade de vírus coletada dessa forma é muito pequena, uma técnica chamada reação em cadeia da polimerase (PCR) é usada para fazer muitas cópias do material genético do vírus, assim, o profissional será capaz de ver qual vírus está presente na amostra (Figura 3A).
Outra forma de testar se uma pessoa foi infectada com o SARS-CoV-2 é analisar se a pessoa tem anticorpos contra o vírus. Os anticorpos só são criados depois que uma pessoa foi exposta a um vírus e ajudam a proteger a pessoa de se infectar novamente. Dependendo do tipo de anticorpos, é possível saber se a infecção é recente (o teste mostrará a presença de um tipo de anticorpo, chamado IgM) ou se a pessoa foi infectada no passado (o teste mostrará a presença de outro tipo de anticorpo, denominado IgG) (Figuras 3B-G) [4].
Se uma pessoa estiver infectada, é muito importante que ela se isole e minimize o contato com outras pessoas, para evitar a propagação da infecção. A equipe médica que fizer o diagnóstico fornecerá todas as informações necessárias para ajudar o doente a se isolar de forma eficaz.
COMO PODEMOS NOS PREVENIR DA COVID-19?
Para nos proteger e proteger outras pessoas que podem ser mais vulneráveis a COVID-19 grave, podemos tomar algumas medidas simples. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é essencial manter alguma distância (1–2 m) ao falar com outras pessoas. Também devemos evitar locais lotados, lavar as mãos com água e sabão com frequência ou usar desinfetantes para as mãos que contenham álcool 70%. Também é muito importante evitar tocar no rosto e cobrir a boca com os braços ao tossir ou espirrar. Também podemos ser solicitados a usar máscaras faciais em locais públicos (Figura 4) [5]. Esses procedimentos podem ajudar a reduzir a propagação do vírus e nos ajudar a garantir que os hospitais não fiquem superlotados, para que todos que precisam de ajuda médica possam usá-lo.
Em todo o mundo, diferentes tratamentos estão sendo testados em indivíduos infectados com SARS-CoV-2, mas levará algum tempo para identificar quais medicamentos são eficazes e seguros. Muitos medicamentos têm como objetivo evitar que o vírus infecte outras células ou se replique para produzir mais vírus. Vacinas também estão sendo desenvolvidas*. As vacinas são administradas às pessoas antes de adoecerem, para evitar que a doença aconteça. É importante lembrar que vacinas seguras e eficazes podem levar muito tempo para serem desenvolvidas. Como muitos cientistas e médicos em todo o mundo estão trabalhando duro para ajudar as pessoas com SARS-CoV-2, é possível que tratamentos e uma vacina surjam em um futuro próximo*.
CONCLUSÃO
Em conclusão, o SARS-CoV-2 é um novo coronavírus que pode causar uma doença grave denominada COVID-19. Atualmente, não existe um tratamento específico ou vacina disponível para este vírus*. Embora algumas pessoas possam não apresentar sintomas, elas ainda podem estar infectadas e infectar outras pessoas, algumas das quais podem desenvolver COVID-19 grave. Para proteger a nós mesmos e aos outros, muitas ações podem ser de grande valor, como manter distância entre você e os outros, evitar locais lotados, lavar as mãos com frequência com água e sabão e cobrir a boca ao tossir ou espirrar. Essas etapas simples ajudarão as pessoas em todo o mundo a se protegerem da COVID-19.
*Este artigo foi publicado originalmente em 20 de maio de 2020. Atualmente (junho de 2021), já existem diversas vacinas seguras e eficazes aprovadas para uso no combate à COVID-19.
Tradução:
Beatriz Spinelli sobre a tradutora
Licenciada em Letras e mestra em Saúde, interdisciplinaridade e reabilitação pela Unicamp, pesquisando o ensino de língua portuguesa como segunda língua para surdos. Trabalha como editora de materiais didáticos na área de Linguagens e suas Tecnologias e tem um carinho muito grande pela educação especial, principalmente a educação bilíngue para surdos. Tem interesse por novas tecnologias voltadas à educação e por divulgação científica.
Fontes:
[1] Huang, C., Wang, Y., Li, X., Ren, L., Zhao, J., Hu, Y., et al. 2020. Características clínicas de pacientes infectados com novo coronavírus de 2019 em Wuhan, China. Lancet . 395: 497–506. doi: 10.1016 / S0140-6736 (20) 30183-5
[2] Yu, N., Li, W., Kang, Q., Xiong, Z., Wang, S., Lin, X., et al. 2020. Características clínicas e resultados obstétricos e neonatais de pacientes grávidas com COVID-19 em Wuhan, China: um estudo descritivo retrospectivo, unicêntrico. Lancet Infect Dis . 20: 559–64. doi: 10.1016 / S1473-3099 (20) 30176-6
[3] Chin, AWH, Chu, JTS, Perera, MRA, Hui, KPY, Yen, H.-L., Chan, MCW, et al. 2020. Estabilidade em diferentes condições ambientais. Lancet Microbe . 1: E10. doi: 10.1016 / S2666-5247 (20) 30003-3
[4] Li, B., Feng, F., Yang, G., Liu, A., Yang, N., Jiang, Q., et al. 2020. Detecções de imunoglobulina G / M e citocinas em soros contínuos de pacientes com nova infecção por coronavírus (2019-nCoV) . SSRN Electron J . doi: 10.2139 / ssrn.3543609
[5] Organização Mundial da Saúde (OMS). 2020. Uso Racional de Equipamentos de Proteção Individual para Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19).
(Editoração: Beatriz Spinelli e Loren Pereira)