#Década do Oceano (Uma parceria pela sustentabilidade do oceano)
Grupos de Apoio à Mobilização das diferentes regiões do país contam como foram as ações iniciais da Década do Oceano no Brasil.
Destaques: – Em 2020 foram criados os Grupos de Apoio à Mobilização (GAMs), com o objetivo de divulgar informações sobre a Década do Oceano; – Nesse ano de 2021 já foram observadas importantes conquistas dos GAMs, que realizaram, por meio do trabalho de voluntários, eventos e iniciativas que consolidaram uma grande campanha de divulgação sobre a Década; – Ainda existe muito a ser feito, como a busca de apoio privado, aumento no diálogo nacional e internacional, além da construção de ações coletivas com e para a sociedade. |
Em 2017, as Nações Unidas declararam que a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, ou Década do Oceano, seria realizada de 2021 a 2030 com objetivo de construir uma estrutura comum entre os diversos países em relação ao conhecimento sobre o oceano e garantir seu gerenciamento sustentável. A Década visa unir esforços de todas as partes interessadas, tais como cientistas, governos, comunidades tradicionais, empresas e sociedade civil, para criar soluções, parcerias e aplicações a fim de finalmente alcançar seus sete resultados principais: um oceano limpo; saudável e resiliente; previsível; seguro; sustentável e produtivo; transparente e acessível; e conhecido e valorizado por todos.
Para apoiar a Década do Oceano no Brasil, em 2020, foram realizadas cinco oficinas, uma em cada região do país, com o objetivo principal de fazer um levantamento sobre a situação atual e as necessidades de curto, médio e longo prazo do oceano ao longo da costa brasileira. Essas oficinas culminaram, em 18 de setembro de 2020, com a criação dos Grupos de Apoio à Mobilização (GAMs), com o intuito de dar continuidade à mobilização ocorrida durante o evento. Cada GAM desenvolve a divulgação e o compartilhamento de informações sobre temas incluídos nos objetivos da Década do Oceano, gerando mobilização e engajamento dentro de suas respectivas regiões.
Ao final de 2021, embora ainda seja apenas o primeiro ano da Década, já é possível identificar algumas conquistas. De acordo com os GAMs do Norte, Nordeste e Sudeste (GAM-NO, GAM-NE, GAM-SE), pode-se destacar a grande articulação de organizações e instituições em prol das questões da Década, que permeiam não somente os setores acadêmico-científicos, mas sobretudo a sociedade em geral. Além dos próprios GAMs, a consolidação do Comitê Nacional de Assessoramento da Década e da governança compartilhada entre Estado e setores da sociedade civil contribuíram para democratizar o acesso à informação e o uso da ciência em prol do oceano, patrimônio comum da humanidade.
De acordo com a organização do GAM-SE, o Brasil avançou mais que outros países no contexto da participação social na construção da Década nesse primeiro ano. “Nunca houve tanto engajamento de forma coordenada em torno da temática do oceano. Hoje já passamos de 200 voluntários distribuídos entre aqueles que participam efetivamente da organização do GAM-SE e aqueles que acompanham e compõem a Rede Sudeste”, diz o GAM-SE.
Ao longo do ano, diferentes ações em prol da Década aconteceram no Brasil. No caso da região sudeste, o GAM-SE organizou o evento do Dia do Oceano, com participação e apresentação de iniciativas dos estados costeiros do Sudeste e parceria com a Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro, e uma live sobre a Universidade do Mar do Rio de Janeiro mostrando a importância das ações em redes para o desenvolvimento de ações para a causa, além de outras ações como a estruturação de oficinas de comunicação científica e de educomunicação.
No nordeste, o GAM-NE implementou a Rede Regional do Nordeste, com convite aberto para ingresso, constantemente ativo por meio das redes sociais e no site oficial da Década do Oceano no Brasil. O grupo também atuou em diversos eventos oficiais, como o lançamento da Década (em abril de 2021), palestras no Dia do Oceano, Semana Oceanográfica da Paraíba, eventos nacionais, como o “clean up day”, e, nas mídias digitais, criou atividades semanais como o “marola news” e o “contos de areia”. O grupo tem buscado uma mobilização da sociedade, e inclusive ganhou um prêmio de destaque ícone da web, numa seleção no estado de Sergipe, para perfis relacionados com o meio ambiente.
Já o GAM-NO destaca o protagonismo e a participação de membros do grupo na realização de eventos em alusão à Década. No total, foram 9 eventos para tratar de temas sobre a ciência oceânica no contexto da região norte. Ao mesmo tempo, membros do grupo conduziram eventos regionais como é o caso do 1° evento do Conecta Década com o tema ”O Norte das Conexões Oceânicas” (abaixo).
Mas ainda é só o começo e ainda há muito a ser feito. Além de continuar fortalecendo as ações iniciadas e articulando as regiões por meio da rede de comunicação InterGAMs, o GAM-SE afirma que deve-se buscar um maior diálogo e participação da iniciativa privada nas ações. “Grandes empresas com expressiva participação no desenvolvimento de ações sustentáveis ligadas a questão oceânica já estabelecem programas de retorno socioambiental que coadunam com as ações da Década, a exemplo da iniciativa do Painel Mar, apoiado pela Fundação Boticário, e acreditamos que parcerias como esta tendem a se multiplicar nos próximos anos”, diz a organização. O grupo também destaca que deve haver um melhor diálogo em nível internacional, nacional e regional, por meio de melhoramentos nas plataformas de comunicação. “Um exemplo interessante para o Brasil seria a inserção do Português como língua oficial na divulgação de ações internacionais da Década”, completa o grupo.
Outro ponto que merece atenção é a implementação de uma agenda unificada que otimize a dedicação dos atores envolvidos e aproveite as diversas habilidades de cada grupo, para construir ações coletivas que cheguem à sociedade em geral mobilizando todas as esferas sociais para um olhar integrado das questões oceânicas, de acordo com o GAM-NO. Esse também é um ponto crucial para o GAM-NE, que destaca que o maior desafio de atuação da Década do Oceano nos próximos anos é o engajamento de pessoas que estão fora da “bolha oceânica”.
“Como podemos fazer com que diferentes pessoas e iniciativas promovam ações para alcançar os resultados da Década? Para o próximo ano, temos como objetivo o estabelecimento de parcerias sólidas com o poder público e o setor privado, desenvolvendo atividades com escolas, universidades, empresas e prefeituras, mobilizando seus diversos atores. Acreditamos que para concluirmos a Década do Oceano e seus 7 resultados desejados, precisamos de atitudes individuais e coletivas, promovidas com horizontalidade, colaboratividade e representatividade”, concluem.
Especial Década do Oceano – Uma parceria entre a Ilha do Conhecimento, a Liga das Mulheres pelo Oceano e a Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano
Colaboração:
GAM-NE (Nordeste): Bruna Canal, Giovanna Wanderley, Karina Massei e Barbara Pinheiro sobre
GAM-NO (Norte): Integrantes do GAM-NO sobre
GAM-SE (Sudeste): Integrantes do GAM-SE e compilado por Edmir Celestino sobre
Fontes consultadas:
- Site da Década do Oceano no Brasil: http://decada.ciencianomar.mctic.gov.br/grupo-de-apoio-a-mobilizacao-nordeste/
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(Editoração: Eduardo Borges, Nathália Khaled e Tássia Biazon)