Em meados de agosto ocorre o pico da chuva de meteoros Perseidas. Em 2020, esta foi a melhor semana para apreciá-la.
O céu noturno com sua infinidade de estrelas é uma imagem espetacular. Ao longo da semana, essa imagem ganhou uma beleza adicional: a chuva de meteoros Perseidas atingiu seu pico entre 11 e 13 de agosto. O fenômeno pôde ser visto a olho nu do mundo inteiro, com uma média de 50 a 75 meteoros por hora, embora esses valores possam chegar a 200 meteoros em algumas ocasiões.
Como ocorre o fenômeno?
Cometas são corpos celestes que orbitam ao redor do Sol, assim como a Terra, mas geralmente em ângulos diferentes. À medida em que o cometa se aproxima do Sol, parte de sua superfície de gelo se aquece e libera fragmentos de rocha e partículas de poeira, que se espalham ao longo do trajeto do cometa. A cada ano, esse rastro de partículas se choca com a órbita da Terra e entram na atmosfera terrestre a uma velocidade de centenas de milhares de quilômetros por hora.
Apesar da velocidade impressionante, os fragmentos pegam fogo nas camadas atmosféricas superiores e são destruídos em um espetáculo chamado chuva de meteoros ou estrelas-cadentes. O incêndio dos corpos celestes ocorre porque as partículas se chocam com as moléculas de gases que formam a atmosfera, o que gera atrito. Esse atrito diminui a velocidade das partículas e produz calor correspondente a milhares de graus Celsius, iniciando a destruição do corpo intruso.
Além disso, quanto mais próximo da superfície terrestre, maior é a quantidade de oxigênio na atmosfera. Como o oxigênio é um gás comburente, ou seja, causa fogo na presença de um combustível, os fragmentos com composição química inflamável acabam queimando e deixando um rastro luminoso. Essa é uma das razões pelas quais agências espaciais investem tanto em tecnologias para garantir o retorno seguro de suas naves.
O caso de Perseidas
No caso da chuva de meteoros desta semana, a Terra cruzou a órbita do cometa Swift-Tuttle. Mas o fenômeno não recebe o nome do cometa, e sim da constelação de onde as estrelas cadentes parecem surgir: a constelação de Perseu.
Embora os pontos brilhantes apareçam em vários locais do céu, eles parecem partir sempre de uma mesma região. Isso ocorre por causa de uma ilusão criada por efeito de perspectiva. Os meteoros cruzam a atmosfera com um mesmo ângulo, mas a variação na distância de observação faz com que trajetórias paralelas pareçam linhas convergentes. É o mesmo efeito de observar duas faixas de uma rodovia e ter a impressão de que elas se tornam uma só no horizonte.
Próximas chuvas de meteoro
Se você não conseguiu observar Perseidas, não se preocupe. É possível observar meteoros eventuais ao longo de todo ano, mas em alguns períodos a ocorrência do fenômeno se intensifica pelo encontro das órbitas da Terra e dos cometas. Em outubro, novembro e dezembro, por exemplo, estão previstas as chuvas de Oriônidas, Leônidas e Gemínidas, respectivamente.
News: Luanne Caires
Fontes:
Matéria no site Space.com intitulada “The Perseid meteor shower of 2020 peaks tonight! Here’s how to watch live”, publicada em 11/08/2020.
https://www.space.com/perseid-meteor-shower-2020-webcasts.html
Site do Space Place Nasa Science, acessado em 12/08/2020.
https://spaceplace.nasa.gov/meteor-shower/en/
Matéria no site G1 intitulada “Perseidas: a chuva de meteoros que poderá ser vista do Brasil em agosto – e como ela se forma”, publicada em 10/08/2020.
(Editoração: André Pessoni)