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Ártemis II: A Lua volta à mira da exploração espacial!

#Ciência et al. (Conteúdos repletos de informações científicas)

Um pouco sobre a exploração da Lua desde 1969 até os dias atuais

DESTAQUES:
• A exploração espacial da Lua começou em 1969 e terminou abruptamente em 1972, ou seja, já faz 51 anos desde a última vez que um ser humano pisou no nosso satélite natural;
• Vários países e empresas privadas começaram uma nova corrida espacial com o objetivo de conseguir fazer com que o ser humano chegue em Marte;
• Para que os astronautas cheguem em Marte, é necessário implementar uma base de operações na Lua, e, para isso, as missões Ártemis começaram a ser desenvolvidas e executadas a partir de 2022;
• A missão Ártemis II é inovadora no sentido de possuir uma integrante mulher e outro integrante preto.
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Figura 1.  Escultura de Ártemis. Na imagem: Escultura marrom de uma mulher retirando uma flecha de uma aljava colocada nas costas. Imagem: Peter Mulligan, 2010.

Na mitologia grega, Ártemis é tida como a deusa da caça, da vida selvagem e da Lua. Homero, em sua Ilíada, diz que tal deusa pertence às terras selvagens, terras desconhecidas pelo olhar e pisar dos homens. 

Desde o início da espécie humana no planeta Terra, a Lua é observada pelas pessoas por diversas óticas (religiosas, filosóficas, culturais, artísticas, militares, econômicas e científicas).

Entretanto, os pés humanos apenas deram os primeiros passos nessa terra desconhecida em 20 de julho de 1969. Passos dados pelos astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Colins.

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Figura 2. Foto da tripulação da Apolo 11. Na imagem, da esquerda para a direita, Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin Jr. Imagem: NASA, 1969.

Nas missões Apolo subsequentes, pisamos, corremos e até mesmo caímos no único satélite natural do planeta Terra. Éramos crianças saindo de casa aprendendo a não apenas viver no mundo azul, mas agora sermos seres que exploram outros corpos do sistema solar. Mas desde 1972, após Eugene Cernan, nenhuma pessoa mais andou por este satélite cinza. 

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Figura 3. Astronauta caindo na lua. Na imagem: Homem com roupa espacial caindo no solo da lua. Imagem: NASA, 1972.

No século 21, novamente a centelha da exploração espacial se inflama de forma esplendorosa, graças a iniciativas de empresas privadas (SpaceX, Blue Origin, Virgin Galactic) e países (EUA, Rússia, China, França, Japão, Índia e entre outros). Um dos objetivos dessa nova corrida espacial é fazer humanos voltarem a dar seus passos na Lua após 51 anos.

Em parte, por esse fato ser um marco histórico, mas o mais importante desse retorno é que a Lua pode servir como uma base de operações para um sonho ainda mais grandioso: fazer a humanidade pisar em um outro planeta, Marte!

Primeiramente, o motivo mais óbvio de a Lua servir como base de operações para conseguirmos chegar em Marte é que ela está mais próxima do planeta vermelho do que a Terra. Além disso, esse satélite natural não possui uma atmosfera tão densa como a da Terra e, a gravidade lunar é 6 vezes menor que a terrestre. Fatos que podem baratear bastante o lançamento de naves espaciais até Marte, assim como baratear a implantação de satélites artificiais na órbita da Terra. 

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Figura 4. Foto da Tripulação da Ártemis II. Na imagem: Da esquerda para a direita, Christina Hammock Koch, Victor Jerome Glover, Reid Wiseman, Jeremy Hansen. Imagem: NASA, 2023.

Porém, as naves e procedimentos técnicos atuais são diferentes dos que foram usados há 51 anos. Assim, em 16 de novembro de 2022 foi lançada a missão Ártemis I, uma missão espacial não tripulada cujo objetivo era colocar na órbita lunar a cápsula Orion e coletar diversos tipos de dados para preparar melhor a missão seguinte, Ártemis II.

E, em 03 de abril de 2023, foi anunciada a tripulação da missão Ártemis II, essa missão irá repetir os mesmos objetivos técnicos e científicos da missão Ártemis I, agora usando uma tripulação ao invés de ser uma missão completamente remota.

E se a missão Ártemis II for um sucesso, finalmente poderemos pisar na Lua novamente através da missão subsequente, Ártemis III.

Por último, essa missão espacial rumo à Lua será a primeira a ter como integrantes uma mulher (Christina Hammock Koch) e um homem preto (Victor Jerome Glover). 

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Figura 5. Foto de Christina Hammock Koch. Na imagem: Uma mulher dentro da Estação Espacial Internacional segurando um HD e com o cabelo flutuando devido a gravidade zero. Imagem: NASA, 2019.

Desde a sua infância, Christina Hammock Koch tinha o objetivo de ser uma astronauta, começando a sua carreira na NASA em 2001, com 22 anos. Em 2015, aos 36 anos, conseguiu atingir seu grande objetivo de vida completando seu treinamento no 21° grupo de astronautas dessa instituição norte-americana, assim ficando disponível para atuação em missões espaciais.

Dessas missões espaciais, no período de março de 2019 a fevereiro de 2020, Christina Koch conseguiu permanecer no espaço sideral (a bordo da Estação Espacial Internacional) por 328 dias, sendo a primeira mulher a atingir essa marca. Tal feito garantiu a ela uma das 4 poltronas na cápsula Orion da missão Ártemis II.

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Figura 6. Foto de Victor Jerome Glover. Na imagem: Um homem bebendo água na frente de um computador dentro da Estação Espacial Internacional. Imagem: NASA, 2021.

Já Victor Jerome Glover teve quase toda sua vida acadêmica/profissional focada no setor militar (especialmente na força aérea norte-americana), tendo inclusive atuado na guerra do Iraque. Em sua carreira militar, acumulou muitas horas de experiência em voos, incluindo voos em combates e voos com veículos aéreos experimentais. E esse último fato é fundamental para a missão Ártemis II. Foi um dos colegas de Christina Koch no 21° grupo de astronautas e participou de viagens espaciais como astronauta tanto pela iniciativa privada como também pela NASA.

Ártemis é tida como a deusa da Lua, mas também a ela é dado o título de deusa do nascimento. Assim como a divindade, a missão Ártemis II possui como objetivo social fazer com que o conhecimento e a curiosidade humana nasçam cada vez mais forte em diversos tipos de corações e mentes ao redor do planeta azul para a contemplação científica do cosmo.

 

Colaboração:

Ressonância MagnéticaDiego Nonato Bastos Dias sobre o autor

Diego é professor de física, mestrando em educação em ciências e matemática pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e graduado em Licenciatura em Ciências Naturais-Física pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Adora estudar e explicar como a física está presente no dia-a-dia.

 

Referências:

Matéria no site CCN Brasil intitulada “Mesmo após 53 anos, pegadas de Neil Armstrong ainda são vistas na Lua” publicada em 20/07/2022. (Website)

Matéria no site Olha Digital intitulada “Eles vão para a Lua! NASA revela quem são os astronautas da missão Artemis 2” publicada em 03/04/2023. (Website)

Matéria no site Revista Galileu intitulada “Eugene Cernan, último homem a pisar na Lua, morre aos 82 anos” publicada em 17/01/2017. (Website)

Matéria no site Unicentro Paraná intitulada “A nova corrida espacial: uma nova era de desafios” publicada em 07/01/2022. (Website)

Vídeo “TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A MISSÃO ARTEMIS I!!!”, de autoria do canal Space Today. (Website)

(Editoração: Fernando F. Mecca e Loren Pereira)

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