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Uma jornada pelas revoluções e a evolução da humanidade, questionando como ocorreram e para onde vamos
Sobre Categoria: Livro Título: SAPIENS – Uma Breve História da Humanidade Autor/criador: Yuval Noah Harari Ano de publicação: 2011 Editora: L&PM Páginas: 464 |
Uma vez ou outra, um livro de não ficção atrai a atenção geral e se torna muito conhecido. Esse é definitivamente o caso de Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, que desde sua publicação em inglês (2014), praticamente não saiu da lista de livros mais vendidos.
Não é difícil entender o porquê desse livro “estourar”. Ele fala sobre um assunto que muito nos interessa: nós mesmos. Há 100.000 anos, pelo menos seis espécies humanas habitavam a Terra, mas hoje só existe a nossa: Homo sapiens.
Harari explora, baseando-se em conhecimentos de biologia, antropologia, paleontologia e economia, como as correntes históricas moldaram nossas sociedades, os animais e plantas que conviviam com os humanos e até mesmo nossas personalidades, de forma a confrontar nossa estadia e nosso futuro na Terra.
O livro examina a história da humanidade desde a evolução das espécies humanos arcaicas da Idade da Pedra até o século XXI, dividindo a história dos Homo sapiens em quatro partes principais:
• A Revolução Cognitiva;
• A Revolução Agrícola;
• A unificação da humanidade (com a consolidação gradual das organizações políticas).
• A Revolução Científica.
No livro o autor repetidamente se refere a duas dessas revoluções.
Primeiramente à Revolução Cognitiva, que ocorreu a cerca de 70 mil anos atrás, na qual foi desenvolvida a linguagem, o pensamento abstrato, a criação de deuses, da arte, entre outras coisas que reconhecemos hoje como sendo inerentes ao ser humano. Nas palavras do próprio autor:
“Você nunca convencerá um macaco a lhe dar uma banana prometendo a ele bananas ilimitadas após a morte no céu dos macacos. Mas isso é tão importante? Afinal, a ficção pode ser perigosamente enganosa ou confusa […] Mas a ficção nos permitiu não só imaginar coisas como também fazer isso coletivamente. Podemos tecer mitos partilhados, tais como a história bíblica da criação […] Tais mitos dão aos sapiens a capacidade sem precedentes de cooperar de modo versátil em grande número.” |
Outro grande marco é a Revolução Agrícola, iniciando-se a cerca de 12 mil anos atrás, que parece algo simples e rapidamente explicado nas aulas de História, mas que tem grandes implicações na sociedade. Essa revolução permitiu que apenas uma pequena parte da população cultivasse alimentos para as demais pessoas da sociedade, fazendo com que essas outras pudessem praticar outras atividades, como cozinhar, fabricar ferro, pensar, entre outras coisas, permitindo o desenvolvimento da sociedade. Entre uma revolução e outra, a sociedade era composta basicamente de Caçadores e Coletores.
Após essas revoluções, nós, Homo Sapiens, fomos responsáveis pela extinção de cerca de 50% de toda fauna existente antes de inventarmos a roda, fabricarmos ferro ou começarmos a escrever. A primeira onda de colonização foi considerada um dos maiores desastres ecológicos para o reino animal.
“Como você faz as pessoas acreditarem em uma ordem imaginada como o cristianismo, a democracia ou o capitalismo? Primeiro, você nunca admite que a ordem é imaginada. Você sempre insiste que a ordem que sustenta a sociedade é uma realidade objetiva criada pelos grandes deuses ou pelas leis da natureza.” |
O autor acredita que o aumento da complexidade das sociedades humanas, a partir da Revolução Agrícola, teve como resultado a diminuição da “felicidade”. Durante o tempo em que éramos caçadores e coletores, nós ainda tínhamos tempo para relaxar depois da caça e da coleta. Com o advento das sociedades mais complexas, sempre temos a sensação de sobrecarga de tarefas, trabalhos, prazos e entregas. Estamos cercados de tecnologia, mudanças diárias, smartphones, alarmes, trânsitos, responsabilidades financeiras… a lista é interminável.
Nós humanos nos sentimos cada vez mais pressionados e ocupados, e talvez o saldo disso tudo seja estarmos ficando cada vez mais infelizes. Além disso, os séculos de guerras, escravidão e outras formas de subjugação, trouxeram a miséria para milhões de pessoas.
Por isso, este livro é de grande importância não só por ser um dos mais lidos em uma época em que temos acesso a muitos outros tipos de informações, mas também por nos permitir repensar nossos pressupostos e tentar contribuir para melhorias nessa nossa estadia na Terra.
Colaboradora:
Nathália Amato Khaled sobre a autora
Nathália é perita criminal, professora, doutora em genômica e bioinformática, mestre em imunologia e graduada em Biomedicina. Fascinada pela área forense desde os 11 anos de idade, atua na mesma e vê na educação, aliada à ciência, as possibilidades de mudanças significativas para a sociedade. Nathália também é responsável pelo desenvolvimento do website e gestão de conteúdo no Ilha do Conhecimento.
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(Editoração: Fernando F. Mecca)