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Risco eletrostático e sua prevenção

#Ciência et al. (Conteúdos repletos de informações científicas)

Conheça a física das partículas elétricas em repouso e os equipamentos para proteger-se de acidentes com elas

DESTAQUES:
• Eletrostática estuda fenômenos físicos associados com a interação entre corpos eletrizados;
• Corpos com cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e corpos com cargas elétricas de sinais opostos se atraem;
• Equipamentos de Proteção Pessoal (EPIs) garantem a saúde e a proteção do trabalhador, evitando acidentes de trabalho;
• Eletricistas devem utilizar em suas atividades laborais equipamentos de segurança e isolantes de borracha, já que esse material é um excelente isolante.

A eletrostática é um ramo da Física em que se estudam fenômenos físicos associados às interações entre corpos eletrizados com cargas elétricas. Essas interações podem provocar atração ou repulsão entre os corpos que podem ser carregados com cargas positivas (prótons) ou com cargas negativas (elétrons) dependendo da constituição do material do corpo que será eletrizado.

De acordo com o princípio da atração e repulsão entre cargas, após processos de eletrização, corpos com cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e corpos com cargas elétricas de sinais opostos se atraem, mas, afinal de contas: 

O que são esses processos de eletrização?

Existem três formas de eletrizar corpos que estão inicialmente neutros, ou seja, corpos que contêm a mesma quantidade de prótons e elétrons e que, após serem eletrizados, ficam carregados com cargas negativas ou com cargas positivas.

Desse modo, os três processos de eletrização podem ser brevemente descritos como:

Eletrização por atrito – quando dois corpos são atritados pode ocorrer a troca de elétrons entre eles. Assim, após o atrito, eles ficam carregados com cargas iguais, porém com sinais contrários.

Eletrização por contato – dois corpos, um neutro e outro eletrizado, quando colocados em contato ficam eletrizados com cargas de mesmo sinal.

Eletrização por indução – quando dois corpos são aproximados, o corpo induzido irá se eletrizar com cargas de sinal oposto ao do indutor.

 

Agora que já conhecemos os processos de eletrização vamos procurar entender o que isso tem a ver com os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Os EPIs são amplamente utilizados por profissionais que atuam em diversas áreas do nosso cotidiano, tais como: médicos, técnicos em informática, peritos criminais e funcionários de indústrias de embalagens de alimentos, empresas de materiais inflamáveis, postos de combustíveis, laboratórios químicos, dentre outros.

No caso de profissionais que trabalham nas áreas de indústrias químicas, farmacêuticas ou eletrônicas, postos de combustíveis, dos próprios peritos criminais e em áreas que realizam pinturas eletrostáticas é recomendável que esses profissionais utilizem EPIs como calçados antiestáticos ou que adaptem uma calcanheira de aterramento antiestático ao seu calçado comum.

 

Agora, você pode estar se perguntando: 

Qual a finalidade da utilização desses EPIs por profissionais dessas áreas?

Corpos que estão eletrizados com excesso de cargas tendem a descarregar essas cargas, seja através do contato ou da aproximação com outros corpos que tenham cargas de sinais opostos. Assim, durante essa troca de cargas pode acontecer a produção de faíscas, algo extremamente perigoso caso aconteça em um ambiente em que tenha materiais inflamáveis.

Nesse sentido, para evitar esse fenômeno eletrostático em ambientes que ofereçam riscos de incêndio ou explosão, profissionais que manipulam materiais inflamáveis devem utilizar EPIs antiestáticos, como calçados feitos com solas de couro ou microfibra, já que esses materiais são mais resistentes e armazenam menos cargas elétricas, ajudando assim a dissipar as cargas acumuladas. Caso não haja um calçado adequado, há a possibilidade de adaptar calcanheiras ao calçado comum, que também auxiliam na redução da incidência de choques eletrostáticos durante o período de trabalho, promovendo a segurança do profissional.

Calçados antiestáticos também podem ser utilizados por técnicos durante a manutenção de componentes eletrônicos, evitando assim danos que podem ser provocados por descargas eletrostáticas durante a manutenção dos equipamentos.

Mas atenção! Ressaltamos que: como os calçados antiestáticos são feitos de solas de couro, sua utilização não é recomendada para eletricistas, pois esses têm contato direto com corrente elétrica. Para esses profissionais o ideal é que utilizem calçados com solas de borracha, sendo a borracha um bom isolante.

 

Colaboração:

Pâmela Freitas de Souza Pereira sobre a autora

Pâmela é licenciada em Física pela UFSCAR/CCA, atua como professora de Matemática no Ensino Fundamental II e Médio, além de ser professora de Física e Matemática em curso preparatório para colégio militar. É estudante no IFSP – Capivari, onde faz especialização em Educação em Ciências e Matemática. É uma grande incentivadora da Alfabetização Científica na Educação Básica.

 

Referências:

Livro “Física Completa”, de autoria de Bonjorno, R.; Bonjorno, J.; Bonjorno, V.; e Ramos, C., publicado pela editora FTD em 2000.

Site de equipamentos de proteção individual Estival. https://www.lojaestival.com.br/categoria/antiestaticos-e-dissipativos/

Matéria no site Chemical Risk intitulada “Líquidos inflamáveis na indústria: quais são os riscos no manuseio?”, publicada em 11/08/202. https://www.chemicalrisk.com.br/liquidos-inflamaveis-na-industria/

Matéria no site Beta Educação intitulada “Quais são os principais Equipamentos de Proteção para o trabalho com inflamáveis?”, publicada em 24/04/2023. https://betaeducacao.com.br/inflamaveis-equipamentos-de-protecao/

(Editoração: Fernando F. Mecca, Nathália A. Khaled e Priscilla Elias F. da Silva)

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