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Esquecimento de palavras tem relação com tempo gasto assistindo TV em adultos de idade avançada

Há uma grande preocupação sobre os efeitos do tempo gasto assistindo televisão sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças. Entretanto, pouco se sabe se a rotina de horas gastas na frente da TV possui alguma relação com a redução da capacidade cognitiva em adultos mais velhos. Nesse sentido, um estudo buscou entender como a quantidade de horas por dia assistindo TV está relacionada com a memória verbal e fluência semântica em pessoas acima de 50 anos. Pesquisadores examinaram 3590 pessoas que, entre os anos 2008 e 2009, relataram quantidade de horas diárias gastas assistindo TV, e seis anos depois realizaram um teste cognitivo a fim de constatar se esses dois fatores são correlacionados. Outras variáveis que contribuem para o declínio cognitivo foram também consideradas, como realização de atividade física, status econômico-social, depressão, e condição de saúde. Foi detectado que pessoas que assistem mais de 3,5 horas de televisão por dia tendem a apresentar maior perda de memória verbal. É importante ressaltar que o estudo aponta apenas uma correlação, ou seja, não é possível afirmar se o tempo gasto assistindo TV efetivamente causa perda de memória, sendo que a relação contrária também pode ser plausível – adultos mais velhos que apresentam maior perda de memória verbal tendem a passar mais tempo assistindo TV. Os autores discutem que caso a causalidade da televisão sobre o declínio cognitivo seja real, essas associações se manifestam devido ao caráter estressante que o conteúdo televisivo pode provocar no telespectador, além de acabar por substituir outras atividades importantes para a saúde cognitiva, como jogos de tabuleiro, leitura e engajamento em atividades culturais.

 

Tweet-science: Priscila S. Rothier

sobre a autora

Artigo original: Revista Nature (Fev/2019) # Television viewing and cognitive decline in older age: findings from the English Longitudinal Study of Ageing. Autores: D. Fancourt e A. Steptoe.

(Editoração: Fernando Mecca, Gabriel Ferreira, André Pessoni e Caio Oliveira)

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