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Brasil ocupa 7º lugar mundial em mortes causadas por raios
DESTAQUES: • Fenômenos naturais sempre geraram fascínio nas civilizações, especialmente os elétricos, pois aguçam a curiosidade por envolver não só luzes e sons como também algum ar de mistério; • O Brasil está localizado na zona tropical do planeta, com área central propícia ao clima quente e úmido, favorecendo uma maior incidência de raios durante uma tempestade; • De acordo com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a cada 50 mortes causadas por raios no mundo, uma acontece no Brasil. |
Os fenômenos naturais sempre geraram fascínio desde o início dos tempos, especialmente os fenômenos elétricos, pois aguçam a curiosidade por envolver não só luzes e sons como ser relacionado a mistérios.
Imagine uma época sem as tecnologias que temos disponíveis nos dias atuais? Difícil imaginar, não é mesmo?! Imagine agora todo o trabalho que os cientistas e filósofos tinham para confirmar suas hipóteses sobre os fenômenos que os intrigavam?
Em um período muito distante dos dias de hoje, séculos antes de Cristo, existiam filósofos intrigados com objetos que provocam atração ou repulsão quando colocados em contato com outros objetos. Acredita-se que essas foram as primeiras fontes geradoras de dúvidas e que levaram ao estudo inicial da eletricidade, sendo um ponto de partida do ramo da Física que atualmente conhecemos como eletrostática.
Para se chegar em parte das descobertas envolvendo os fenômenos elétricos que conhecemos no presente, foi necessária muita experimentação e alguns cientistas, como Stephen Gray (1666 – 1736) e Benjamin Franklin (1706 – 1790), realizaram diversas experiências envolvendo fenômenos elétricos e eletrostáticos, como a condução de eletricidade, quais materiais são condutores e não condutores, a eletrização entre corpos no estudo sobre cargas elétricas e o fenômeno que conhecemos como “poder das pontas”. Esse último, por sua vez, explica o princípio de funcionamento de um para-raios junto ao entendimento que esses fenômenos físicos estão associados às grandes descargas elétricas, como as originadas através dos raios, o que faz parte da discussão deste texto.
Por ora, fizemos referência a apenas dois cientistas, porém muitos outros foram responsáveis pelos estudos sobre fenômenos elétricos ao longo dos séculos até os dias atuais e agora que sabemos um pouco mais sobre a origem dos estudos em eletricidade, vamos entender como parte dela se manifesta no nosso cotidiano.
Mas…você sabia que o Brasil é o país que está na 7ª posição mundial em casos de mortes causadas por raios? Triste estatística, não é mesmo?
Como esse belo fenômeno natural pode ser algo tão letal?
E então qual a diferença entre esses fenômenos?
E por incrível que pareça, além de ser um fato curioso, de acordo com pesquisas realizadas, nós presenciamos apenas cerca de 30% dos relâmpagos que são emitidos na atmosfera, os outros 70% ocorrem dentro das nuvens.
Todo esse deslocamento de cargas gera uma corrente elétrica, que por definição, é o movimento ordenado de elétrons. Durante a incidência de raios, as correntes elétricas geradas podem ser altíssimas!!!
A intensidade da corrente elétrica proveniente de um raio é de cerca de 30 mil ampères. Isso equivale a dizer que ela é por volta de 1000 vezes a intensidade de um chuveiro elétrico 🆘🆘🆘
Vale ressaltar que os raios podem nos atingir de maneira direta ou indireta, podendo provocar sérios acidentes ou até mesmo a morte, porém existem maneiras de nos prevenirmos de descargas elétricas provocadas por raios durante uma tempestade.
Vamos às VALIOSAS DICAS:
- Durante uma tempestade, devemos evitar ficarmos expostos em áreas descampadas, evitar práticas de atividades ao ar livre como: nadar, jogar futebol, subir em lugares altos e ficar próximos a objetos metálicos. Se estivermos no ponto mais alto, normalmente local em que a descarga elétrica atinge o solo, aumentamos as chances de sermos atingidos pelo raio.
- Em praias, piscinas ou rios, devemos evitar: ficar abrigado no guarda-sol, permanecer dentro da água, caminhar na faixa de areia e abrigar-se debaixo de árvores. Isso novamente porque no caso da incidência de um raio, a pessoa ou a árvore podem ser o ponto mais alto nessa região, então as chances do raio atingi-la serão maiores.
EM RESUMO
NÃO SEJA (OU ESTEJA) O PONTO MAIS ALTO!
A probabilidade do raio te acertar é maior, pois ele tende a percorrer o caminho mais curto e descarregar no ponto mais rápido que encontrar.
Em casa, que aparenta ser um lugar seguro, devemos ainda ter cuidados durante uma tempestade. Nesse sentido, devemos evitar o uso de eletrodomésticos conectados à tomada, usar o chuveiro elétrico e não ficar próximo às tomadas, com janelas abertas e nem torneiras.
A importância de nos prevenirmos já é comprovada estatisticamente, pois, de acordo com os levantamentos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a cada 50 mortes causadas por raios no mundo, uma acontece no Brasil.
Outro levantamento do INPE constatou que além do Brasil ocupar a 7ª posição mundial em mortes causadas por raios, nele foram registrados 2194 casos de acidentes fatais nos últimos 100 anos, nos colocando na 2ª posição na América Latina de mortes por fatalidades.
Apesar dos números alarmantes, existem opções seguras para nos prevenirmos de acidentes durante uma tempestade, como:
- manter-se dentro de um veículo que não seja conversível e com as portas e vidros fechados.
- manter-se entre moradias e prédios, mas sempre permanecendo distante da rede elétrica, de tubulações e torneiras ou manter-se em lugares subterrâneos como túneis e estações de metrô.
- E, caso não haja nenhuma dessas opções, devemos nos manter agachados, com os pés juntos ao corpo até que a tempestade passe e possamos buscar por um local seguro para nos abrigarmos.
Por fim, mesmo com estas informações mencionadas anteriormente, ainda assim há muito o que se descobrir e estudar sobre fenômenos elétricos, mas tomando as devidas precauções, podemos continuar admirando esses belos fenômenos naturais.
Colaboração:
Pâmela Freitas de Souza Pereira sobre a autora
Pâmela é licenciada em Física pela UFSCAR/CCA, atua como professora de Matemática no Ensino Fundamental II e Médio, além de ser professora de Física e Matemática em curso preparatório para colégio militar. É estudante no IFSP – Capivari, onde faz especialização em Educação em Ciências e Matemática. É uma grande incentivadora da Alfabetização Científica na Educação Básica.
Referências:
Artigo científico intitulado “Benjamin Franklin e a formação de temporais com raios e trovões: tradução comentada de uma carta a John Mitchel*”, publicado no Caderno Brasileiro de Ensino de Física, em 2017, de autoria de Moura, B.A. e Bonfim, T.
Artigo científico intitulado “Uma breve biografia de Stephen Gray (1666-1736)”, publicado na revista Brasileira de Ensino de Física, em 2010, de autoria de Boss, S.L.B. e Caluzi, J.J.
Artigo científico intitulado “Um resgate histórico e filosófico de Stephen Gray”, publicado na revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, em 2016, de autoria de Raicik, A.C. e Peduzzi, L.O.Q.
Site do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Grupo ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica). http://inpe.br/
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(Editoração: Loren Pereira e Nathália A. Khaled)