Um dos maiores desafios do século XXI é suprir o aumento da população mundial com alimento e energia em meio às mudanças climáticas. Nesse contexto, as microalgas se apresentam como uma potencial fonte sustentável de rações, biocombustíveis, biofertilizantes, além de matéria-prima utilizada na produção de cosméticos, alimentos, entre outros. Estas microalgas podem, ainda, ser obtidas sem o uso de energia fóssil ou de terras agricultáveis. Apesar disso, os custos associados à produção de microalgas ainda são muito altos, o que dificulta o seu emprego em grande escala. Uma solução bastante discutida na literatura nos últimos anos é associar o cultivo de microalgas com o tratamento de esgoto, visando diminuir os custos associados ao cultivo. Entretanto, a baixa concentração de nitrogênio e fósforo, essenciais para o crescimento das microalgas encontradas no esgoto brasileiro, inviabiliza economicamente e tecnicamente o processo. Frente a essas adversidades, pesquisadores da Escola de Engenharia de São Paulo (USP) propuseram a mistura de esgoto suíno e esgoto sanitário como forma de viabilizar o cultivo de microalga integrado ao tratamento de esgoto no Brasil. O esgoto de suinocultura foi usado pois apresenta alta concentração de nutrientes, e oportunamente o Brasil se destaca no mercado internacional pela produção de carne suína. Os resultados encontrados no estudo são promissores: uma mistura de esgotos sanitário e suíno permite uma alta produção de microalgas, ao mesmo tempo que reduz fatores poluentes do esgoto.
Tweet-science: Luan de Souza Leite
Artigo original: Journal of Water Process Engineering (Out/2019) # Microalgae cultivation for municipal and piggery wastewater treatment in Brazil. Autores: L. Leite, M. Hoffman e L. Daniel.
(Editoração: Fernando Mecca, Gabriel Ferreira, André Pessoni e Caio Oliveira)