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Estudo explica que manter a floresta em seu estado natural é cerca de 7 vezes mais valioso do que os lucros obtidos pela sua exploração
O Banco Mundial divulgou um estudo que explica a importância de preservar a Amazônia e descarta a ideia que sua exploração seria lucrativa e viável a longo prazo. O estudo publicado chama-se “Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira – Um Memorando Econômico” e apresenta uma abordagem multifacetada, que busca fornecer um caminho que proporcione maior renda para a população, ao mesmo tempo em que protege as florestas naturais e os modos de vida tradicionais.
A Amazônia Legal abrange cerca de 60% de toda a floresta amazônica e também partes de outros biomas importantes, como o Cerrado e o Pantanal. Essas paisagens naturais são principalmente florestais, sendo a maior parte delas relativamente intocadas pelos últimos 12.000 anos de expansão humana em terras naturais. A Amazônia Legal compreende nove estados, que estão entre os mais pobres do Brasil. Trinta e seis por cento da população amazônica vive na pobreza. Diante disso, o memorando gerado a partir do estudo aponta que o equilíbrio pode ser mantido por meio de quatro ações estratégicas:
- Aumentar o bem-estar dos cidadãos, promovendo a produtividade por meio da transformação estrutural nas áreas rurais e urbanas;
- Proteger a floresta por meio do fortalecimento da governança fundiária e florestal, incluindo a aplicação das leis existentes (comando e controle);
- Promover meios de subsistência rurais sustentáveis, valorizando o capital natural associado à floresta em pé e protegendo os modos de vida tradicionais;
- Estruturar o financiamento da conservação vinculado à redução mensurável do desmatamento e recorrer a recursos públicos e privados ou soluções baseadas no mercado.
Dentre os principais resultados do estudo, destaca-se que a floresta desempenha um papel fundamental na regulação climática global, na manutenção da biodiversidade, sustentação de comunidades locais e em uma ampla gama de serviços ecossistêmicos cruciais para a prosperidade e o bem-estar tanto regional quanto global. Sendo assim, atividades de exploração indiscriminada como o desmatamento são apontadas pelo estudo como uma redistribuição ineficiente de riquezas públicas para o privado. Além disso, foi possível estimar que a preservação da floresta vale, ao menos, US$ 317 bilhões por ano – ou R$ 1,5 trilhão.
Marek Hanusch, economista líder e coordenador do relatório Equilíbrio delicado para a Amazônia Legal Brasileira, explica que “Em termos econômicos, o desmatamento é uma enorme destruição de riqueza, ameaça o clima global, ameaça a extraordinária biodiversidade e formas de vida e comunidades tradicionais”.
Além disso, os economistas envolvidos no estudo são favoráveis aos acordos de políticas externas entre a União Europeia e o Mercosul em salvaguardas ambientais. E concluem destacando a importância de conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental.
Colaboração: Iasmin Cartaxo Taveira sobre a autora
Iasmin Taveira queria ser cientista desde criança e acredita que tornar o conhecimento acessível é o melhor jeito de promover desenvolvimento social. É Biotecnologista pela UFPB, mestre e doutoranda em bioquímica na FMRP/USP.
Fontes:
Matéria no site SoCientifica, intitulada “Amazônia preservada vale sete vezes mais, indica estudo do Banco Mundial”, publicada em 13/05/2023. https://socientifica.com.br/amazonia-preservada-vale-sete-vezes-mais-indica-estudo-do-banco-mundial/
Matéria no site The Word Bank, intitulada “Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira – Um Memorando Econômico”, publicada em 11/05/2023. https://www.worldbank.org/pt/country/brazil/publication/brazil-a-balancing-act-for-amazonian-states-report