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Covid-19: meu animal de estimação pode pegar?

O que já se sabe sobre o novo coronavírus em animais domésticos

Destaques:
– Animais domésticos podem testar positivo para o novo coronavírus, mas acredita-se que o vírus não seja uma ameaça à saúde dos cães e gatos;
– É recomendável evitar o contato com animais de estimação quando alguém da família testou positivo para a COVID-19;
– Não abandonar, em nenhuma circunstância, cães, gatos ou outros animais de estimação por causa do novo coronavírus.

No início de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou que o novo coronavírus se configura como uma pandemia global. Em pânico com a propagação do vírus, as pessoas passaram a se preocupar não apenas com a própria saúde, mas também com o bem-estar dos seus cães, gatos e outros animais de estimação. Porém, de acordo com os Centros de Controle de Doenças, não há evidências de que animais de estimação tenham um papel importante na disseminação desse vírus, não havendo, então, justificativa para a medicação ou vacinação dos mesmos contra essa doença.

Embora essa informação nos deixe mais tranquilos, é preciso lembrar que, por se tratar de uma nova doença, devemos acompanhar o que as pesquisas científicas sobre o assunto estão desvendando. Essas informações atualizadas se encontram em boletins como o da World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) — uma entidade na qual os clínicos veterinários de todo o mundo se baseiam.

Sendo assim, é importante esclarecer os fatos atualmente já conhecidos sobre a relação do novo coronavírus com os animais de estimação. Veja, a seguir, algumas perguntas frequentes sobre o tema. 


Cães e gatos podem contrair o coronavírus?
Os cães e gatos podem contrair os vírus do grupo dos coronavírus, porém mais comumente o coronavírus respiratório canino e coronavírus respiratório felino, respectivamente. Assim, cães e gatos podem testar positivo para o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Contudo, não se acredita que este vírus específico, que causa a COVID-19 em humanos, seja uma ameaça à saúde dos cães e gatos, embora ele possa causar sintomas clínicos nos felinos.


Os cães e gatos podem espalhar o novo coronavírus?
A Organização Mundial da Saúde declara que não há evidências de que um cão, gato ou qualquer animal de estimação possa transmitir o novo coronavírus, pois este se espalha, principalmente, por gotículas espalhadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Então, para se proteger, limpe as mãos corretamente e com frequência. Além disso, cobrir o rosto com um pano também é uma possibilidade que pode ajudar a reduzir as gotículas.

No entanto, os mesmos cuidados de higiene tomados com relação a qualquer superfície devem ser respeitados com os animais, que podem carregar o vírus em seus pelos, por exemplo. Nas famílias em que uma pessoa apresentou resultado positivo para o vírus, é recomendado evitar o contato com animais de estimação, para evitar uma nova contaminação pelo vírus. 


Como os donos de cães e gatos podem proteger seus animais de estimação do novo coronavírus?
Proprietários de animais saudáveis devem seguir as precauções básicas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão antes e depois do contato com qualquer animal, incluindo seus cães e gatos. 


Se você testar positivo para o novo coronavírus ou acreditar que foi exposto a ele, você deve: 

1) Não abandonar, em nenhuma circunstância, seus cães, gatos ou outros animais de estimação; 

2) Não permitir que animais de estimação interajam com pessoas ou outros animais fora da sua casa; 

3) Manter os gatos dentro de casa sempre que possível, para evitar que eles interajam com outros animais ou pessoas.


Como posso ajudar os animais abandonados na minha vizinhança sem arriscar a minha saúde e a de outras pessoas?

Se puder ajudar a alimentar os animais que necessitam dessa ajuda, faça isso com precaução para proteger sua saúde e a de outras pessoas. Se achar que está doente, não saia de casa e peça para que outras pessoas continuem essa ajuda de forma segura e ordenada.

Lembre-se: os animais abandonados nas ruas dependem 100% de nossa ajuda e não estão preparados para enfrentar esta situação de isolamento e falta de ajuda. Continue ajudando, na medida do possível, ou apoie ONGs e protetores independentes, os quais oferecem ajuda a esses animais de forma segura e ordenada.


Posso passear com o meu cachorro?

Sim. Seguem algumas recomendações para passear com seu cachorro:

1) Passear com os cães na coleira, mantendo pelo menos 2 metros de distância de outras pessoas e animais; 

2) Evite parques de cães ou locais públicos, em que um grande número de pessoas e cães se reúna;

3) Não permita que ninguém brinque ou toque no seu cachorro enquanto você estiver fora de casa com ele;

4) Os proprietários devem sempre lavar bem as mãos, por pelo menos 20 segundos, antes e depois de cada caminhada.

Se você mora em uma cidade grande ou em uma área densamente povoada, opte por levar seu cão para passear por quarteirões com tráfego menos intenso de pessoas ou tente ajustar as caminhadas para horários menos movimentados do dia e ou da noite.

Colaboração: Letícia Gomes de Pontes sobre a autora

Fontes consultadas:

– Artigo científico intitulado “Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China.”, publicado na revista Lancet em 2020, de autoria de Huang, C.; Wang, Y.; Li, X.; e colaboradores; 

Artigo científico intitulado “The continuing 2019- nCoV epidemic threat of novel coronaviruses to global health – The latest 2019 novel coronavirus outbreak in Wuhan, China.”, publicado na revista Internacional Journal of Infectious Diseases em 2020, de autoria de Hui, D.; Azhar, Ee; Madani, T.; e colaboradores; 

Matéria no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), intitulada “Rolling updates on coronavirus disease (COVID-19)”, atualizada em 17/06/2020. (Website);

Matéria no site da Nature, intitulada “Coronavirus latest: confirmed cases cross the one- million mark”, publicada em 10/04/2020. (Website);

Matéria no site da CNN, intitulada “Cats and dogs abandoned at the start of the coronavirus outbreak are now starving or being killed”, publicada em 15/03/2020. (Website).

(Editoração: Beatriz Spinelli, Fernando Mecca e Caio Oliveira)

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