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Na palma da mão: aplicativo brasileiro auxilia diagnóstico de hanseníase

Considerada uma doença negligenciada, a hanseníase tem mais de 25 mil casos no Brasil a cada ano. 

No mapa da hanseníase, o Brasil tem lugar de destaque. O país ocupa o segundo lugar mundial no número de casos, atrás apenas da Índia. A doença, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, tem tratamento oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser combatida sem grandes danos ao paciente quando identificada em estágios iniciais. Pensando na importância do diagnóstico, pesquisadoras da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), desenvolveram um aplicativo que auxilia profissionais da saúde na explicação dos sintomas e no rastreamento da doença.  

O aplicativo, chamado Hanseníase, baseia-se no método de design instrucional e busca facilitar a explicação sobre o que é a doença e quais são os primeiros sinais da infecção, que incluem manchas e placas na pele, perda de sensibilidade e danos aos nervos, com eventual perda da força muscular no rosto, mãos e pés. O aplicativo também fornece um guia em vídeo para rastreamento de sintomas, com informações importantes para os profissionais da saúde na hora de realizarem as avaliações de sensibilidade, palpação de nervos e força motora. 

 

Lúcia Yasuko Izumi Nichiata, Érica Gomes Pereira e Karen Namie Sakata So, integrantes da equipe desenvolvedora do aplicativo Hanseníase.  Foto: USP Imagens/Foto cedida pelas pesquisadoras.

 

O diagnóstico precoce acelera o encaminhamento dos pacientes para unidades de saúde especializadas na confirmação da suspeita. O tratamento pode, então, ser iniciado em fase de menor carga de bactérias. Além de minimizar a disseminação de lesões no paciente, essas medidas reduzem as chances de contágio, que se dá por vias respiratórias, de forma parecida à da gripe.

Em entrevista ao Jornal da USP, a pesquisadora Karen Namie Sakata So, integrante da equipe desenvolvedora do aplicativo, destaca a importância do conhecimento clínico e epidemiológico no diagnóstico e reforça o papel do software como ferramenta de apoio. Não por acaso, o projeto contou com a consultoria técnica da Divisão Clínica Dermatológica do Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Faculdade de Medicina da USP. 

O aplicativo Hanseníase pode ser utilizado off-line, o que permite atender regiões com diferentes níveis de acesso à internet. Para utilizá-lo, basta fazer o download de forma gratuita nas lojas Play Store, para sistema Android, e Apple Store, para sistema iOS.

 

News: Luanne Caires

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Fontes:

Aplicativo auxilia profissionais da saúde no diagnóstico de hanseníase (Jornal da USP)

https://jornal.usp.br/universidade/aplicativo-auxilia-profissionais-da-saude-no-diagnostico-de-hanseniase/

Hanseníase: com diagnóstico precoce, podemos vencê-la (Saúde)

https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/hanseniase-com-diagnostico-precoce-podemos-vence-la/

A persistência da hanseníase (Pesquisa Fapesp)

https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/09/06/a-persistencia-da-hanseniase/

Hanseníase: o que é, causas, sinais e sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção (Ministério da Saúde)

https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase

(Editoração: André Pessoni)

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