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A vida imortal de Henrietta Lacks

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Sobre
Categoria: Livro
Título: A vida imortal de Henrietta Lacks
Autor/criador: Rebeca Skloot
Ano de publicação: 2011
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 454

Neste livro que entrou na lista de best-sellers do New York Times e nos destaques do ano da Veja, a autora Rebecca Skloot remonta a história de vida de Henrietta Lacks, uma mulher que nunca foi e nem se tornou famosa, mas suas células sim. 

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Capa do livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks, de Rebecca Skloot. Imagem: Companhia das Letras

Foi de sua doação que se originaram as famosas células HeLa, a primeira linhagem de celular imortal cultivada com sucesso em laboratório. Isso explica o porquê das células possuírem esse nome, derivado das duas primeiras letras do nome e sobrenome da sua própria geradora. Nesse sentido, embora sua doadora – involuntária – tenha morrido praticamente anônima há mais 60 anos, suas células são imortais e vivem até hoje, cultivadas incessantemente em milhares de laboratórios espalhados pelo mundo todo. 

Mas, para além da história de suas famosas células, o livro busca lançar luz à história da mulher que tornou o cultivo de células humanas possível. Mais do que uma biografia de Henrietta o livro também ilustra toda a jornada de uma mulher pobre e preta, descendente de escravos, nascida no sul dos EUA na década de 1920, em busca de tratamento médico para o devastador câncer cervical que a acometeu com 31 anos de idade. 

Quase como uma escritora biográfica, Rebecca Skloot buscou ouvir sobre a família, o lugar onde Henrietta nasceu, como foi sua infância e, claro, sobre o triste fim de sua vida como paciente oncológica, se tornando paciente no Hospital Johns Hopkins, onde se descobriu, sem o consentimento de Henrietta, a linhagem HeLa. 

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Células HeLa contrastadas com anticorpos para actina (verde), vimentina (vermelho) e DNA (azul). Fonte: wikimedia

Não ironicamente, foram suas próprias células que se tornaram uma poderosa ferramenta em pesquisas científicas e contribuíram para o melhor entendimento de inúmeros tipos de câncer, inclusive o cervical, que infelizmente foi a causa de sua morte. 

Segundo cientistas, as células HeLA foram uma das coisas mais importantes que aconteceram na medicina moderna, dando origem a uma indústria multimilionária. Mas nem Henrietta nem ninguém da sua família se beneficiou desses lucros. 

Nesse contexto, a partir do seu contato com a família Lacks, a autora também adentra na discussão sobre a história sombria da experimentação com humanos e o nascimento da bioética.

Assim, A vida imortal de Henrietta Lacks passa por toda a beleza e o drama da vida pessoal de Henrietta, bem como se envolve em importantes debates raciais, sociais, científicos e éticos envolvidos em grandes descobertas científicas.

 

Colaboradora:

Jéssica de Moura Soares sobre a autora

Jéssica de Moura Soares é bacharel em Biotecnologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre e agora doutoranda em Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP). Se interessa por iniciativas onde a ciência ajuda a transformar o mundo em um lugar mais sustentável e igualitário. Entusiasta da divulgação científica, acredita que a ciência tem que ser de fácil acesso a todos.

 

(Editoração: Nathália Khaled)

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