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4 mulheres influentes na ciência

#Especiais (Especiais temáticos repletos de informações científicas)

No mês das mulheres, celebrando algumas das mais notáveis mulheres da ciência.

DESTAQUES:
– Hipátia de Alexandria foi a primeira matemática da história, assassinada por defender o racionalismo científico;
– Marie Curie descobriu a radioatividade e dois elementos químicos, e é a única pessoa reconhecida em duas diferentes áreas da ciência pelo Prêmio Nobel;
– Sarah Gilbert foi responsável pela criação da vacina Oxford-AstraZeneca contra o COVID-19;
– Natália Pasternak é uma importante comunicadora da ciência, combatente das Fake News e defensora de políticas públicas baseadas em evidências..

É o mês das mulheres, portanto, é hora de lembrar das lutas pelos direitos das mulheres e de celebrar as contribuições das mulheres para nossa sociedade. Com isso em mente, trouxemos 4 grandes personalidades femininas da ciência, porque todo mundo deveria conhecê-las! 

 

Hipátia de Alexandria

mulheres Hipátia
Hipátia de Alexandria. Reprodução: https://aminoapps.com

Hipátia foi a primeira mulher matemática da história. Ela nasceu por volta do ano 355 d.C. no Egito e sua vida foi marcada por uma célebre jornada imersa em conquistas acadêmicas. Ela afirmava que jamais se casou, pois já era casada com a verdade. Sendo filha de um renomado filósofo, astrônomo e matemático, cresceu num ambiente propício para nutrir uma forte paixão pela busca de respostas, submetendo-se a uma rigorosa disciplina física, a fim de atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.

Esta brilhante cientista grega estudou na Academia de Alexandria, no Egito, e concluiu sua educação em Atenas. Dentre suas principais contribuições, Hipátia é reconhecida por desenvolver estudos sobre a aritmética de Diofanto de Alexandria, um matemático grego do século 3 a.C., considerado o pai da álgebra, com a intenção de unificar as ideias de Diofanto com o neoplatonismo que aprendeu em Atenas. Ao retornar ao Egito, assumiu o cargo de professora na Academia e aos 30 anos já era diretora da Academia. Uma vez que era mulher na antiguidade, suas contribuições foram pouco preservadas e muitas vezes não reconhecidas. Apesar disso, sabe-se que ela foi uma matemática memorável, com muitas obras importantes nesta área. Além disso, é responsável pelo mapeamento de corpos celestes, construção de um astrolábio (instrumento naval), um hidrômetro e um higroscópico (material que absorve água). 

Hipátia foi assassinada brutalmente por defender o racionalismo científico, sendo acusada de blasfêmia e sentimentos anticristãos, apesar de nunca ter se mostrado aversa ao cristianismo. Seu legado é uma inspiração até hoje, uma vez que ela ousou ser uma grandiosa cientista em uma época em que mulheres não podiam fazer quase nada. Em 2009 foi lançado “Alexandria”, um filme que conta sua história.

 

Marie Curie

Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel. Créditos: Getty Images

Marie Skłodowska-Curie (1867 – 1934) foi uma cientista polonesa, naturalizada francesa. Desde jovem mostrava aptidão para academia, se formando com louvor no ginásio.  Em 1893 graduou-se em física e em matemática no ano seguinte pela Universidade de Srobbone. Marie Curie obteve seu título de mestre em física e matemática apesar de obstáculos impostos à sua carreira pelo fato de ser mulher. Ela tentou voltar à Polônia para ser professora e não obteve sucesso na Universidade Jaguelônica por seu sexo. Seu futuro marido, Pierre Curie, convenceu-a a voltar para Paris a fim de realizar um doutorado. Nesse período, publicou diversos artigos científicos em colaboração com Pierre. Dentre seus marcos mais notáveis, estão a descoberta da radioatividade, e a descoberta dos elementos Polônio e  Rádio. Em 1900, ela tornou-se a primeira mulher docente da Escola Normal Superior e, em 1903, ela defendeu sua tese de doutorado, sendo a primeira mulher da França a realizar tal feito. 

Marie Curie deixou seu marco na história da ciência ao ser a única pessoa do mundo com dois Prêmios Nobel em diferentes áreas da ciência: em 1903, em colaboração com o marido, o Prêmio Nobel em física por suas descobertas no campo da radioatividade e, em 1911, o Prêmio Nobel de Química, por seu trabalho a respeito das propriedades e potencial terapêutico do Rádio. Em 2020 o filme “Radioactive” foi lançado em sua homenagem e conta sua história.

 

Sarah Gilbert

Sarah Gilbert. Fotografia por: Andy Paradise/REX/Shutterstock

Sarah é a mulher responsável pelo desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2, causador da COVID-19) da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca. Ela é graduada em Ciências Biológicas na Universidade de East Anglia, é especialista em Microbiologia, e doutora em metabolismo lipídico pela Universidade de Hull. Sarah possui experiência na produção de proteínas por expressão heteróloga, ou seja, o uso de DNA recombinante para expressar um gene em um organismo que naturalmente não o possui. 

Em 1994 começou seu trabalho em Oxford, onde o principal interesse de sua pesquisa é o desenvolvimento de vacinas com imunização heteróloga, como é o caso da vacina desenvolvida contra o COVID-19: uma importante proteína do coronavírus é produzida por um adenovírus – outro tipo de vírus que não é perigoso para nós. Assim, o adenovírus utilizado não nos causa a doença, mas faz o sistema imunológico ficar “alerta” para a proteína do SARS-CoV-2. A criação dessa vacina lhe propiciou a Medalha Albert, que é concedida anualmente para quem faz uma contribuição positiva para a sociedade. Em 2021 ela foi ovacionada de pé na quadra central de Wimbledon, em Londres, onde acontecem os jogos de uma das principais competições de tênis do mundo.

Em entrevista, Sarah deixa uma mensagem de apoio às mulheres na ciência sobre ser mulher e ter alcançado um feito tão importante: “é muito difícil fazer algo assim, mas as mulheres fazem esse tipo de coisa e acho que devemos permitir que isso nos dê a confiança de que podemos fazer coisas mais difíceis em outras partes da nossa carreira”.

 

Natália Pasternak

A bióloga Natália Pasternak. Fotografia: Anna Carolina Negri/Agência O Globo

Natália é bióloga pela Universidade de São Paulo (2001) e doutora em Microbiologia pela mesma instituição (2006). Ela é uma das mais importantes divulgadoras científicas do Brasil e trabalha alinhada ao combate da desinformação. Já foi diretora da versão brasileira do festival científico Pint of Science (2015 – 2019). Em 2018 fundou o Instituto Questão de Ciência (IQC) e se tornou presidente do mesmo. O IQC é uma organização que visa a defesa de evidências científicas utilizadas em políticas públicas e, liderando essa organização, atuou intensamente no combate à desinformação durante a pandemia da COVID-19.

Em 2020, tornou-se a primeira brasileira a integrar o Comitê para Investigação Cética (CSI, na sigla em inglês). Essa instituição foi criada nos Estados Unidos, em 1976, para investigar, apurar e esclarecer alegações que negam ou desafiam a ciência. No mesmo ano, foi agraciada com o prêmio internacional de promoção do ceticismo “The Ockham Award” (O Prêmio Ockham, em tradução livre), promovido pela revista inglesa The Skeptic. Atua como pesquisadora associada do Instituto de Ciências Biológicas (USP), no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas, como professora visitante no departamento de Ciência e Sociedade da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e como professora convidada na Fundação Getúlio Vargas. Além disso, é colunista do jornal O Globo, da revista The Skeptic e do site Medscape. Também atua como comentarista na Rádio CBN e no Jornal da Cultura. Em parceria com o jornalista Carlos Orsi, publicou os livros “Ciência no Cotidiano” e “Contra a Realidade”.

 

Colaboração: Iasmin Cartaxo Taveira sobre a autora

Iasmin Taveira queria ser cientista desde criança e acredita que tornar o conhecimento acessível é o melhor jeito de promover desenvolvimento social. É Biotecnologista pela UFPB, mestre e doutoranda em bioquímica na FMRP/USP.

 

Fontes e mais informações sobre o tema:

Matéria no site da revista Galileu intitulada “Conheça Hipátia de Alexandria, a primeira mulher matemática da história”, publicada em 20/08/2019. (Website)

Página da Wikipedia intitulada “Hipátia”, acessada em 03/03/2022. (Website)

Página da Wikipedia intitulada “Natália Pasternak”, acessada em 03/03/2022. (Website)

Site do Instituto Questão de Ciência. (Website)

Site da Universidade de Oxford sobre Sarah Gilbert. (Website)

Matéria no R7 intitulada “Conheça a cientista que criou a AstraZeneca e foi aplaudida de pé”, publicada em 01/07/2021. (Website)

Página da Wikipedia intitulada “Marie Curie”, acessada em 03/03/2022. (Website)

Página do site eBiografias intutlada “Marie Curie”, acessada em 03/03/2022. (Website)

(Editoração: Fernando Mecca, Loren Pereira e Nathália Khaled)

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