A polinização é um dos processos ecológicos mais relevantes tanto para a manutenção dos sistemas naturais e da biodiversidade, quanto para o ser humano, uma vez que um terço dos principais produtos agrícolas depende em algum nível desse processo. A Biologia da Polinização é estudada por décadas no Brasil e ao longo de todos esses anos muita informação foi, e ainda é, obtida sobre as flores, sua biologia reprodutiva, e também sobre os animais que promovem a polinização. Como, então, reunir toda essa informação, conectar pesquisadores de diversas regiões brasileiras e dar um retorno à sociedade sobre o trabalho que está sendo feito neste campo da ciência no Brasil?
A Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (REBIPP) surge a partir desse problema. Ela é uma rede colaborativa de trabalho que reúne especialistas em Biologia da Polinização, pesquisadores das interações planta-polinizador em suas várias dimensões. A REBIPP foi fundada em outubro de 2016 durante o II Simpósio Brasileiro de Polinização, em Catalão GO, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de atividades científicas, didáticas e de extensão na área da Biologia da Polinização. Entre as principais ações propostas pela REBIPP estão: 1) estímulo de estudos colaborativos entre seus participantes; 2) produção de um diagnóstico das interações planta-polinizador no Brasil; 3) integração do conhecimento em polinização de ambientes naturais, agrícolas, urbanos e áreas restauradas; 4) identificação das lacunas de conhecimento; 5) proposição de diretrizes para subsidiar políticas públicas que visem à conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, incluindo a produção de alimentos.
Em poucos anos, a REBIPP mostrou-se extremamente produtiva. Este dinamismo baseia-se principalmente no fato de reunir pesquisadores com longo histórico de colaborações, bem distribuídos em termos de território, idade, gênero e amplitude das questões temáticas de investigação. Ao longo de sua história a REBBIP vem desenvolvendo diversas ações, destacando-se:
1) A realização de três Workshops em 2017 e 2018 visando a criação e manutenção da Base de Dados de Interações Planta-Polinizador;
2) A elaboração do Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil (2017 e 2018), que está sendo desenvolvido em parceria com a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e seguindo o formato da International Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES);
3) A organização do XII International Pollination Course (2017) na Ilha do Cardoso, SP;
4) A integração com outras redes de países da América Latina, como a Rede Chilena de Polinização e grupos equivalentes da Argentina (2018), para desenvolvimento de projetos que visem à conservação de polinizadores nativos e ao monitoramento de invasores;
5) A participação na redação da Carta Catalão em 2016 e na Pré-Proposta de Minuta para Política Pública para a Conservação de Polinizadores em discussão no Senado;
6) O intercâmbio e participação ativa de profissionais de diversas instituições de pesquisa e ensino no Brasil e exterior.
Assim, a REBIPP está envolvida na organização e fomento de atividades científicas, didáticas e de extensão para atender às diversas demandas da sociedade brasileira associadas com o entendimento de relações ecológicas e evolutivas entre plantas e polinizadores.
Quer saber mais? Conheça o site da rede: http://www.rebipp.org.br/.
Universidade de todos: Kayna Agostini sobre a autora
Marina Wolowski Torres sobre a autora
João Marcelo Robazzi Bignelli Valente Aguiar sobre o autor
(Editoração: Robson Amaral, Tatiana Magalhães e Caio Oliveira)