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O homem que confundiu sua mulher com um chapéu

#Outras ilhas (Sugestões de outras fontes de conhecimento)
Histórias reais e fascinantes sobre as estranhezas de nossos cérebros

Sobre
Categoria: Livro
Título: O homem que confundiu sua mulher com um chapéu

Autor/criador: Oliver Sacks
Ano de publicação/criação: 1997
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 270

Pessoas incapazes de reconhecer faces. Um homem que tem a memória perfeita até certo ponto de sua vida, e por décadas não tem formado memórias novas (no melhor estilo “Como se fosse a primeira vez”). Uma senhora de idade avançada que não quer ser curada de sua neurosífilis, porque a doença a faz se sentir mais viva. Uma música que toca insistentemente, todos os dias, dentro da cabeça de uma pessoa. Uma mulher que não sente seu próprio corpo. E, como diz o título, um homem que tenta pegar a cabeça de sua mulher, pensando ser um chapéu.

Essas são apenas algumas das histórias contidas em “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”. Neste livro, o autor defende e aplica uma abordagem diferente para relatar casos clínicos da neurologia, que ele chama de “ciência romântica”: ele conta os casos como histórias completas, dando mais voz aos relatos dos próprios pacientes sobre o que eles sentem. Com isso, o médico e escritor consegue mostrar mais a humanidade dessas pessoas.

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Capa do livro “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”, de Oliver Sacks. Imagem: Editora Companhia das Letras

Ao mesmo tempo, temos a oportunidade de conhecer aspectos fascinantes sobre o funcionamento do cérebro. Isso de forma leve, sensível, e muitas vezes até bem-humorada. Sacks divide o livro em 4 partes, focando em diferentes tipos de distúrbios cerebrais em cada uma delas.

Na primeira, “Perdas”, ele fala sobre déficits de funções neurológicas, como a já citada incapacidade de reconhecer faces ou a perda de memória. Em “Excessos”, ele relata casos em que há aumento de funções e excitações, como o caso da senhora que, manifestando neurosífilis, passou a sentir-se mais disposta. Já em “Transportes”, a terceira parte, fala de percepções alteradas, como alucinações, por exemplo. Por fim, na parte “O mundo dos simples” ele descreve casos de distúrbios como autismo ou retardo mental, acompanhados de habilidades e inteligências que podem nos surpreender.

Portanto, cada uma das 4 partes do livro abriga um conjunto de capítulos que, por sua vez, relatam um diferente caso cada. Deste modo, apesar de ser um livro de casos clínicos reais com descrições breves, mas interessantes, sobre os processos neurológicos envolvidos, a narrativa é lida mais como um conjunto de contos do que como um relatório médico. Uma excelente leitura para quem quer aprender um pouco mais sobre nosso cérebro, e sobre o que pode dar errado com ele!

 

Colaboração: Fernando Figueiredo Mecca sobre o autor

Fernando é biólogo, professor e cientista. Mestre e doutorando em Neurociências, estuda os efeitos da depressão e antidepressivos sobre funções elétricas do cérebro. Também se interessa em educação e divulgação científica.

 

(Editoração: Fernando Mecca e Loren Pereira)

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